Os pensamentos vagos e frágeis ganham cabeça, mãos e patas
O que antes eu temia ser utopia hoje nem concretizo mais em palavras.
Aliás, de palavra só sinto o gosto da saudade
Que tem gosto ácido da Itaipava
O doce do pérgola
E tem cheiro de maresia
E o tato da mão dela na minha
Sentindo no pé a areia fina e fria
Que mesmo estando um calor desgraçado
Me fez beber um quinta do morgado.
Mas tudo mudou
Antes era alegria a anarquia de tá liso e ficar amoitado.
Mas tudo mudou
E vai mudar
E todo o mundo
Será o mudado
Sem título – João Felipe*
*Sou nascido, criado, abençoado e maltratado na cidade do Cabo de Santo Agostinho, tenho vinte anos e um Black Power. A arte é um dos pilares mais importantes da minha vida. Na música, meus horizontes vão de Racionais’mcs à Maria Bethânia e cruzam uma vertical que vai de Bob Marley ao brega funk.Também sou pintura rupestre, pixe na Agamenon e 11 de fev. de 1922.Calouro em Letras/Port. pela UFPE, pinto, toco e escrevo. Considero-me vivo para isso e preciso disso para estar vivo. Sou um eterno aprendiz.
Pergunta para refletir sobre o texto: Qual é o sabor da sua saudade?
Parabéns pela iniciativa. Contos, encantos e poesia para tornar mais vivos os nossos dias de quarentena.
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Tatiana, é literatura para nos acolher, afetar-nos e para nos ajudar a recontar a nossa própria história.
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Belíssima iniciativa!
Que gostoso entrar neste cantinho e ver tantas lindezas nestes dias estranhos que estamos vivendo.
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