Relato 15. A saúde mental de estudantes universitários: um olhar do outro de si mesmo
Existe vida pós-academia universitária? Existe saúde nas mentes insanas da humanidade? Existe saúde nas mentes tidas como brilhantes dos saberes das ciências?
Será que sei o que acho que sei? E se o que penso que sei, logo se transforma, então concluo que nada sei.
Disseram que tenho que estudar, e é o que faço; depois disseram que tenho que aprender, e é o que busco; depois disseram que tenho que especificar, e é o que vínculo. Falam amplamente de saúde, educação, segurança, economia, política, religião, futebol, de situações físico-bio-químicas, tratam da sócio-antropologia, neuro-ciências, neuro-pedagogia, da pedagogia-hospitalar, pedagogia infanto-juvenil. E ainda mais que temos que resistir as intempéries de uma graduação acadêmico universitária, persistir e interferir nas demandas emergentes, que na maioria irão se tornar imergentes. Os psico-maremotos da vida social, ambiental, familiar, conjugal et Cetera. Uma vida insana na busca da sanitariedade, até que algo, alguém ou ainda uma instituição, venha a certificar-me como aprovado, conceituado, preparado, apto, capaz e capacitado.
“E pra não dizer que não falei das flores”, cito: as tecnologias e suas especificações; o sistema de transporte: os bônus e ônus; sistema de alimentação: ausências e presenças inadequadas; vestes: do ego, do superego e do id. Mas já não há mais tempo hábil, e o que me resta, é que “… ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais…”; mas dizem também que o tempo somos nós que fazemos.
Que bom que você importa! Que bom que você está no “LACE”.
Que bom que você está junto, pois, vamos junto/as nos fortalecer! Que bom que há no virtual o acolhimento.
Willams Batista da Silva/2015.2, Pedagogia, UFPE.
Que Lindeza, Catarina!
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Saudades, Cris.
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Massa! Que lindo, Catarina!
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Bem eu nao sei se entendi a proposta direito não. É pra publicar aqui mesmo?
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Vou postar aqui mesmo. Depois, eu posso esquecer. É algo que me tem ocorrido com mais frequência: esquecimentos. Eu talvez penda mais para o psicológico nesse relato, porque sou psicólogo, talvez. Então esqueci de cancelar assinatura do Telecine Play (eu assinei só pra ver Bacurau de graça, e esqueci de cancelar depois), esqueci de pagar internet, água, esqueci datas de aniversários importantes (tipo, que eu lembrava tão bem como a minha… e eu não tenho certeza ainda se lembrei. Lembrei nada…), números de telefones importantes estão parecendo aos poucos incertos, estranhos. Eu estou achando isso bem interessante e agradável. Eu acabei de esquecer o nome de Manuel de Barros, um dos poetas que mais gosto. Há uma lista grande de esquecimentos que pararei por aqui. Minha esposa e filha estão usando com muita frequência um tal de TikTok (acho que é isso mesmo) e isso de certo modo as alegra bastante. Eu tenho estudado o idioma italiano e tenho mexido com música e com argila. E tenho estudado psicologia, coisas do doutorado, principalmente. E tenho feito novas receitas. E tenho dado aulas de inglês às duas moças. Muito interessante experiência tem sido esta, por sinal. Estou mais caridoso, mais bonachão, eu acho. Muito preocupado fico em pegar o vírus, não saio de casa, quase. Raramente eu saio, pra comprar comida. Tem sido uma experiência até pessoalmente interessante. Meus sonhos (sonho de dormindo mesmo, mundo onírico) estão mais longos e ricos e, curiosamente, ‘recordáveis’. Gosto que veio aqui outro dia uma borboleta. Estou há seis anos no Recife e nunca tinha visto isso. Meu gato outro dia comeu um passarinho. Nunca mais tinha visto essa cena, de gato com passarinho na boca. Amanheço no quintal e vem às vezes um beija flor beber água numa garrafinha que coloquei para eles. Veio uma manhã um bem-te-vi enorme, amarelão, lindo. A arte tem mostrado mais o que é, para mim. É, ou ao menos parece ser, uma condição humana. Como a água sabe, ou o cálcio. Sem arte, sem ser artístico, a gente morre, eu acho hoje. Comecei Yoga mas não gostei. Não sei se foi a tutora vaidosa ou a série de posições. Chato, achei (que namasté o quê!). Mas tem gosto pra tudo. A quarentena deixou mais fácil lavar a louça. Até varrer. O Brasil está essa loucura até um pouco assustadora. Evito pensar nos desdobramentos próximos. Espero que a gente resista e lute sempre. Amo muito o Brasil e o povo brasileiro e nordestino, principalmente. Acho que estamos muito doentinhos. Uma pena. Morreram pessoas tão boas, como o Aldir Blanc. O Brennand, uma pediatra amiga de mainha, um rapaz trabalhador (que trabalhava muito) aqui do bairro, aquele ator, Migliaccio, por esses dias. O Moraes, rapaz… Só gente boa, morrendo. Eu acho curioso esse movimento. Bem, espero ter ajudado. Acho que tenho sido um bom confinado. Tenho lidado bem com isso. Eu recomendo a todos, principalmente aos que estão se atrapalhando nesse momento; arte. Arte e churrasco e despreocupação e esquecimentos têm me feito muito bem. O celular nesse contexto atual, para mim, ficou mais fraco. Mas talvez funcione bem para passar um trote inofensivo.
Se cuidem tod@s. Alegria, ânimo e coragem.
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Que lindeza de texto!! tão profundo e tão adequado aos nossos tempos!! Gratidão pela concessão do maravilhoso texto, Newton Moreno.
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Uma honra participar dessa pagina linda. Essa coletividade me fez bem. Obrigada por tanto!
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