Olhares sobre a experiência do isolamento social
Acredito nas minhas convicções, que a pandemia desenvolveu dotes extraordinários nos professores em relação a inovações. Momento de resiliência.
Como professor foi o momento de maior aprendizado e conhecimento, onde alcancei melhor performance em eventos, lives e aulas remotas. Foi e continua fascinante.
Hamilton Wanderley – Professor Universitário
Mestre em Supply Chaim Management
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Minha experiência referente ao isolamento social é meio a meio. Somos seres humanos gregários, então, sempre procuramos estar em companhia de pessoas; sempre procuramos estar próximas.
E, o isolamento social querendo ou não, ele mexe com tudo. Todos os nossos vínculos sociais que temos. Família, amigos, trabalhos diários, então, isso chega a nós como “novidade”.
Chegou para mim com um impacto muito forte, pois tive que me reinventar em se tratar de escola, na maneira que eu iria estudar; fazer exercícios. Me reinventar na área religiosa também, na maneira de como eu iria participar dos cultos on-line, que estava acontecendo. Então, foi um grande emplacamento, para mim, esse isolamento social. Mas, foi bastante produtivo e válido para minha vida.
Yngrid Vitória – Estudante do Ensino Médio
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Minha experiência no isolamento deve ter sido parecida com a da grande maioria, em alguns momentos, me sentia de férias e, em outros, me sentia à beira de um surto. No começo parecia um feriado prolongado. Na segunda semana, eu já estava muito ansiosa e com medo do que estaria por vir, tentei me livrar desses pensamentos com todas as atividades possíveis, até desistir e me entregar a filmes e séries. O primeiro mês foi o mais difícil, a adaptação, a separação de pessoas queridas, cancelar os programas de fim de semana. Com o tempo, criei um certo costume de estar em casa, mas, muitas vezes, me senti encurralada e presa, a saída para mercado era o programa mais esperado da semana.
Elaine Lima – Estudante de Pedagogia, UFPE
Que Lindeza, Catarina!
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Saudades, Cris.
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Massa! Que lindo, Catarina!
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Bem eu nao sei se entendi a proposta direito não. É pra publicar aqui mesmo?
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Vou postar aqui mesmo. Depois, eu posso esquecer. É algo que me tem ocorrido com mais frequência: esquecimentos. Eu talvez penda mais para o psicológico nesse relato, porque sou psicólogo, talvez. Então esqueci de cancelar assinatura do Telecine Play (eu assinei só pra ver Bacurau de graça, e esqueci de cancelar depois), esqueci de pagar internet, água, esqueci datas de aniversários importantes (tipo, que eu lembrava tão bem como a minha… e eu não tenho certeza ainda se lembrei. Lembrei nada…), números de telefones importantes estão parecendo aos poucos incertos, estranhos. Eu estou achando isso bem interessante e agradável. Eu acabei de esquecer o nome de Manuel de Barros, um dos poetas que mais gosto. Há uma lista grande de esquecimentos que pararei por aqui. Minha esposa e filha estão usando com muita frequência um tal de TikTok (acho que é isso mesmo) e isso de certo modo as alegra bastante. Eu tenho estudado o idioma italiano e tenho mexido com música e com argila. E tenho estudado psicologia, coisas do doutorado, principalmente. E tenho feito novas receitas. E tenho dado aulas de inglês às duas moças. Muito interessante experiência tem sido esta, por sinal. Estou mais caridoso, mais bonachão, eu acho. Muito preocupado fico em pegar o vírus, não saio de casa, quase. Raramente eu saio, pra comprar comida. Tem sido uma experiência até pessoalmente interessante. Meus sonhos (sonho de dormindo mesmo, mundo onírico) estão mais longos e ricos e, curiosamente, ‘recordáveis’. Gosto que veio aqui outro dia uma borboleta. Estou há seis anos no Recife e nunca tinha visto isso. Meu gato outro dia comeu um passarinho. Nunca mais tinha visto essa cena, de gato com passarinho na boca. Amanheço no quintal e vem às vezes um beija flor beber água numa garrafinha que coloquei para eles. Veio uma manhã um bem-te-vi enorme, amarelão, lindo. A arte tem mostrado mais o que é, para mim. É, ou ao menos parece ser, uma condição humana. Como a água sabe, ou o cálcio. Sem arte, sem ser artístico, a gente morre, eu acho hoje. Comecei Yoga mas não gostei. Não sei se foi a tutora vaidosa ou a série de posições. Chato, achei (que namasté o quê!). Mas tem gosto pra tudo. A quarentena deixou mais fácil lavar a louça. Até varrer. O Brasil está essa loucura até um pouco assustadora. Evito pensar nos desdobramentos próximos. Espero que a gente resista e lute sempre. Amo muito o Brasil e o povo brasileiro e nordestino, principalmente. Acho que estamos muito doentinhos. Uma pena. Morreram pessoas tão boas, como o Aldir Blanc. O Brennand, uma pediatra amiga de mainha, um rapaz trabalhador (que trabalhava muito) aqui do bairro, aquele ator, Migliaccio, por esses dias. O Moraes, rapaz… Só gente boa, morrendo. Eu acho curioso esse movimento. Bem, espero ter ajudado. Acho que tenho sido um bom confinado. Tenho lidado bem com isso. Eu recomendo a todos, principalmente aos que estão se atrapalhando nesse momento; arte. Arte e churrasco e despreocupação e esquecimentos têm me feito muito bem. O celular nesse contexto atual, para mim, ficou mais fraco. Mas talvez funcione bem para passar um trote inofensivo.
Se cuidem tod@s. Alegria, ânimo e coragem.
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Que lindeza de texto!! tão profundo e tão adequado aos nossos tempos!! Gratidão pela concessão do maravilhoso texto, Newton Moreno.
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Uma honra participar dessa pagina linda. Essa coletividade me fez bem. Obrigada por tanto!
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