Relato 7. Retorno às atividades acadêmicas presenciais sob o olhar de estudantes universitários
Embora eu tenha recebido o retorno presencial com bastante receio de ficar doente e de expor as pessoas da minha casa a esse risco, muitos sentimentos positivos me foram proporcionados. Ter entrado na universidade e logo em seguida cair de paraquedas nesse ensino remoto, me fez esquecer como é bom participar de uma aula, ou outra atividade, onde posso olhar nos olhos das pessoas. Poder recuperar isso foi uma dádiva! Em certo ponto me senti triste ao ver o centro de educação tão vazio e ao mesmo tempo me senti muito esperançosa de que as coisas podem melhorar. Tenho muitas expectativas para o próximo semestre, espero que todo mundo possa encontrar esse sentimento de pertencimento que encontrei ao estar novamente na universidade!
Alanis Medeiros, Licencianda em Pedagogia, UFPE.
Que Lindeza, Catarina!
CurtirCurtir
Saudades, Cris.
CurtirCurtir
Massa! Que lindo, Catarina!
CurtirCurtir
Bem eu nao sei se entendi a proposta direito não. É pra publicar aqui mesmo?
CurtirCurtir
Vou postar aqui mesmo. Depois, eu posso esquecer. É algo que me tem ocorrido com mais frequência: esquecimentos. Eu talvez penda mais para o psicológico nesse relato, porque sou psicólogo, talvez. Então esqueci de cancelar assinatura do Telecine Play (eu assinei só pra ver Bacurau de graça, e esqueci de cancelar depois), esqueci de pagar internet, água, esqueci datas de aniversários importantes (tipo, que eu lembrava tão bem como a minha… e eu não tenho certeza ainda se lembrei. Lembrei nada…), números de telefones importantes estão parecendo aos poucos incertos, estranhos. Eu estou achando isso bem interessante e agradável. Eu acabei de esquecer o nome de Manuel de Barros, um dos poetas que mais gosto. Há uma lista grande de esquecimentos que pararei por aqui. Minha esposa e filha estão usando com muita frequência um tal de TikTok (acho que é isso mesmo) e isso de certo modo as alegra bastante. Eu tenho estudado o idioma italiano e tenho mexido com música e com argila. E tenho estudado psicologia, coisas do doutorado, principalmente. E tenho feito novas receitas. E tenho dado aulas de inglês às duas moças. Muito interessante experiência tem sido esta, por sinal. Estou mais caridoso, mais bonachão, eu acho. Muito preocupado fico em pegar o vírus, não saio de casa, quase. Raramente eu saio, pra comprar comida. Tem sido uma experiência até pessoalmente interessante. Meus sonhos (sonho de dormindo mesmo, mundo onírico) estão mais longos e ricos e, curiosamente, ‘recordáveis’. Gosto que veio aqui outro dia uma borboleta. Estou há seis anos no Recife e nunca tinha visto isso. Meu gato outro dia comeu um passarinho. Nunca mais tinha visto essa cena, de gato com passarinho na boca. Amanheço no quintal e vem às vezes um beija flor beber água numa garrafinha que coloquei para eles. Veio uma manhã um bem-te-vi enorme, amarelão, lindo. A arte tem mostrado mais o que é, para mim. É, ou ao menos parece ser, uma condição humana. Como a água sabe, ou o cálcio. Sem arte, sem ser artístico, a gente morre, eu acho hoje. Comecei Yoga mas não gostei. Não sei se foi a tutora vaidosa ou a série de posições. Chato, achei (que namasté o quê!). Mas tem gosto pra tudo. A quarentena deixou mais fácil lavar a louça. Até varrer. O Brasil está essa loucura até um pouco assustadora. Evito pensar nos desdobramentos próximos. Espero que a gente resista e lute sempre. Amo muito o Brasil e o povo brasileiro e nordestino, principalmente. Acho que estamos muito doentinhos. Uma pena. Morreram pessoas tão boas, como o Aldir Blanc. O Brennand, uma pediatra amiga de mainha, um rapaz trabalhador (que trabalhava muito) aqui do bairro, aquele ator, Migliaccio, por esses dias. O Moraes, rapaz… Só gente boa, morrendo. Eu acho curioso esse movimento. Bem, espero ter ajudado. Acho que tenho sido um bom confinado. Tenho lidado bem com isso. Eu recomendo a todos, principalmente aos que estão se atrapalhando nesse momento; arte. Arte e churrasco e despreocupação e esquecimentos têm me feito muito bem. O celular nesse contexto atual, para mim, ficou mais fraco. Mas talvez funcione bem para passar um trote inofensivo.
Se cuidem tod@s. Alegria, ânimo e coragem.
CurtirCurtir
Que lindeza de texto!! tão profundo e tão adequado aos nossos tempos!! Gratidão pela concessão do maravilhoso texto, Newton Moreno.
CurtirCurtir
Uma honra participar dessa pagina linda. Essa coletividade me fez bem. Obrigada por tanto!
CurtirCurtir