EntreLAÇadOS

Atualmente

Desde quando tudo começou eu tenho procurando me manter em contato com as coisas que me mantêm tranquila Canções que acalmam minha mente, palavras que aquietam minha alma
Tenho procurado manter meu coração aquecido, procurando me manter o mais próximo possível das pessoas que amo, através de redes sociais e semelhantes.
Procuro lembrar que, apesar da tristeza, dor e mudanças
Ao abrir a janela, o céu permanece firme
Ainda há cheiro de terra molhada, ao chover
Os pássaros ainda cantam lá fora, todo dia
Ainda há um pôr-do-sol e um nascer
A esperança é necessária para permanecermos resistindo
Lembrar que, apesar de tudo, tudo é passageiro
Inclusive as dificuldades, que podem ser vencidas
Pouco a pouco, passo a passo, dia a dia
Assim, eu tenho vivido, tenho me protegido
Corpo, alma e espírito, cuidando o melhor que posso
Sei que a vida comum não será mais igual
Haverá outros processos, tudo novo, afinal
Mas o importante, quando a hora certa chegar
É estar saudável e, finalmente, poder reencontrar
Todas as pessoas que têm meu afeto e atenção
Ser grata pela vida delas, viver o máximo que der
Aproveitar todas as belezas que me fazem lembrar
Que apesar de tudo, a vida é bela e vale a pena sonhar.


Dayany Souza

Estudante de Engenharia Elétrica, UFPE

7 comentários em “EntreLAÇadOS

  1. Vou postar aqui mesmo. Depois, eu posso esquecer. É algo que me tem ocorrido com mais frequência: esquecimentos. Eu talvez penda mais para o psicológico nesse relato, porque sou psicólogo, talvez. Então esqueci de cancelar assinatura do Telecine Play (eu assinei só pra ver Bacurau de graça, e esqueci de cancelar depois), esqueci de pagar internet, água, esqueci datas de aniversários importantes (tipo, que eu lembrava tão bem como a minha… e eu não tenho certeza ainda se lembrei. Lembrei nada…), números de telefones importantes estão parecendo aos poucos incertos, estranhos. Eu estou achando isso bem interessante e agradável. Eu acabei de esquecer o nome de Manuel de Barros, um dos poetas que mais gosto. Há uma lista grande de esquecimentos que pararei por aqui. Minha esposa e filha estão usando com muita frequência um tal de TikTok (acho que é isso mesmo) e isso de certo modo as alegra bastante. Eu tenho estudado o idioma italiano e tenho mexido com música e com argila. E tenho estudado psicologia, coisas do doutorado, principalmente. E tenho feito novas receitas. E tenho dado aulas de inglês às duas moças. Muito interessante experiência tem sido esta, por sinal. Estou mais caridoso, mais bonachão, eu acho. Muito preocupado fico em pegar o vírus, não saio de casa, quase. Raramente eu saio, pra comprar comida. Tem sido uma experiência até pessoalmente interessante. Meus sonhos (sonho de dormindo mesmo, mundo onírico) estão mais longos e ricos e, curiosamente, ‘recordáveis’. Gosto que veio aqui outro dia uma borboleta. Estou há seis anos no Recife e nunca tinha visto isso. Meu gato outro dia comeu um passarinho. Nunca mais tinha visto essa cena, de gato com passarinho na boca. Amanheço no quintal e vem às vezes um beija flor beber água numa garrafinha que coloquei para eles. Veio uma manhã um bem-te-vi enorme, amarelão, lindo. A arte tem mostrado mais o que é, para mim. É, ou ao menos parece ser, uma condição humana. Como a água sabe, ou o cálcio. Sem arte, sem ser artístico, a gente morre, eu acho hoje. Comecei Yoga mas não gostei. Não sei se foi a tutora vaidosa ou a série de posições. Chato, achei (que namasté o quê!). Mas tem gosto pra tudo. A quarentena deixou mais fácil lavar a louça. Até varrer. O Brasil está essa loucura até um pouco assustadora. Evito pensar nos desdobramentos próximos. Espero que a gente resista e lute sempre. Amo muito o Brasil e o povo brasileiro e nordestino, principalmente. Acho que estamos muito doentinhos. Uma pena. Morreram pessoas tão boas, como o Aldir Blanc. O Brennand, uma pediatra amiga de mainha, um rapaz trabalhador (que trabalhava muito) aqui do bairro, aquele ator, Migliaccio, por esses dias. O Moraes, rapaz… Só gente boa, morrendo. Eu acho curioso esse movimento. Bem, espero ter ajudado. Acho que tenho sido um bom confinado. Tenho lidado bem com isso. Eu recomendo a todos, principalmente aos que estão se atrapalhando nesse momento; arte. Arte e churrasco e despreocupação e esquecimentos têm me feito muito bem. O celular nesse contexto atual, para mim, ficou mais fraco. Mas talvez funcione bem para passar um trote inofensivo.
    Se cuidem tod@s. Alegria, ânimo e coragem.

    Curtir

  2. Que lindeza de texto!! tão profundo e tão adequado aos nossos tempos!! Gratidão pela concessão do maravilhoso texto, Newton Moreno.

    Curtir

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: