Relato 17. A saúde mental de estudantes universitários: um olhar do outro de si mesmo
Notório que, cada dia mais a saúde mental da humanidade anda aos trancos e barrancos. Não se pode fazer uma leitura da saúde mental do estudante universitário sem reconhecer seus outros vínculos como o financeiro, social, familiar, empregatício e outros.
Andamos todos a estudar na esperança de viver melhor, ou seja, durante esse trajeto buscamos sobreviver para poder viver. Sou ciente que o sistema não somente oprime os estudantes assim como os professores também. Entretanto, endosso, como sempre, vivemos em um centro de educação e a educação, em alguns momentos, pula pela janela. Alguns docentes têm a teoria e prática distante e aqui, não digo em construir o conhecimento mas, em construir relacionamentos. Muitos repetem viver em uma sociedade capitalista, opressora, em um movimento mundial de alienação e enfermidades coletivas, porém, nas ocasiões de exerceram alguma adaptações/compreensões em vista dos estudantes universitários, não fazem nada a amenizar. De boca crítica o sistema e na prática reproduzem-no cristalinamente. Imensas felicitações aos docentes que são como balsámos durante a nossa trajetória por adaptar e compreender a realidade não somente antes de montar as definições de seu manejo durante a disciplina, mas, durante a própria disciplina.
Aqui, no meu comentário, foco nessa situação. Pois, imagino que outros diversos irão comentar mais profundamente sobre suas fragilidades e traumas financeiros, sociais, profissionais e outros. Então, trago um desabafo da saúde mental atrelado a figura do docente não como um modo de agredir os docentes. Mas, levá-los a pensar o quanto eles são peças-chaves para atenuar ou tencionar as pressões dos problemas psicológicos dos universitários.
Anônimo
Que Lindeza, Catarina!
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Saudades, Cris.
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Massa! Que lindo, Catarina!
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Bem eu nao sei se entendi a proposta direito não. É pra publicar aqui mesmo?
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Vou postar aqui mesmo. Depois, eu posso esquecer. É algo que me tem ocorrido com mais frequência: esquecimentos. Eu talvez penda mais para o psicológico nesse relato, porque sou psicólogo, talvez. Então esqueci de cancelar assinatura do Telecine Play (eu assinei só pra ver Bacurau de graça, e esqueci de cancelar depois), esqueci de pagar internet, água, esqueci datas de aniversários importantes (tipo, que eu lembrava tão bem como a minha… e eu não tenho certeza ainda se lembrei. Lembrei nada…), números de telefones importantes estão parecendo aos poucos incertos, estranhos. Eu estou achando isso bem interessante e agradável. Eu acabei de esquecer o nome de Manuel de Barros, um dos poetas que mais gosto. Há uma lista grande de esquecimentos que pararei por aqui. Minha esposa e filha estão usando com muita frequência um tal de TikTok (acho que é isso mesmo) e isso de certo modo as alegra bastante. Eu tenho estudado o idioma italiano e tenho mexido com música e com argila. E tenho estudado psicologia, coisas do doutorado, principalmente. E tenho feito novas receitas. E tenho dado aulas de inglês às duas moças. Muito interessante experiência tem sido esta, por sinal. Estou mais caridoso, mais bonachão, eu acho. Muito preocupado fico em pegar o vírus, não saio de casa, quase. Raramente eu saio, pra comprar comida. Tem sido uma experiência até pessoalmente interessante. Meus sonhos (sonho de dormindo mesmo, mundo onírico) estão mais longos e ricos e, curiosamente, ‘recordáveis’. Gosto que veio aqui outro dia uma borboleta. Estou há seis anos no Recife e nunca tinha visto isso. Meu gato outro dia comeu um passarinho. Nunca mais tinha visto essa cena, de gato com passarinho na boca. Amanheço no quintal e vem às vezes um beija flor beber água numa garrafinha que coloquei para eles. Veio uma manhã um bem-te-vi enorme, amarelão, lindo. A arte tem mostrado mais o que é, para mim. É, ou ao menos parece ser, uma condição humana. Como a água sabe, ou o cálcio. Sem arte, sem ser artístico, a gente morre, eu acho hoje. Comecei Yoga mas não gostei. Não sei se foi a tutora vaidosa ou a série de posições. Chato, achei (que namasté o quê!). Mas tem gosto pra tudo. A quarentena deixou mais fácil lavar a louça. Até varrer. O Brasil está essa loucura até um pouco assustadora. Evito pensar nos desdobramentos próximos. Espero que a gente resista e lute sempre. Amo muito o Brasil e o povo brasileiro e nordestino, principalmente. Acho que estamos muito doentinhos. Uma pena. Morreram pessoas tão boas, como o Aldir Blanc. O Brennand, uma pediatra amiga de mainha, um rapaz trabalhador (que trabalhava muito) aqui do bairro, aquele ator, Migliaccio, por esses dias. O Moraes, rapaz… Só gente boa, morrendo. Eu acho curioso esse movimento. Bem, espero ter ajudado. Acho que tenho sido um bom confinado. Tenho lidado bem com isso. Eu recomendo a todos, principalmente aos que estão se atrapalhando nesse momento; arte. Arte e churrasco e despreocupação e esquecimentos têm me feito muito bem. O celular nesse contexto atual, para mim, ficou mais fraco. Mas talvez funcione bem para passar um trote inofensivo.
Se cuidem tod@s. Alegria, ânimo e coragem.
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Que lindeza de texto!! tão profundo e tão adequado aos nossos tempos!! Gratidão pela concessão do maravilhoso texto, Newton Moreno.
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Uma honra participar dessa pagina linda. Essa coletividade me fez bem. Obrigada por tanto!
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